segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sensação de que não consigo dar atenção às pessoas. Muita coisa na cabeça e workaholic. Acho que necessário no momento. Será? Lembrei de quando fiz a prova do CEFET.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

[...] da qual lamentável história se pode concluir [...] o fim que têm os que à rédea solta correm pela senda que o desvairado amor diante dos olhos lhes põe.

[...] a mim só faltou o que a todos os desditosos sobra, para os quais costuma ser consolo a impossibilidade de tê-lo, mas em mim é causa de maiores sentimentos e males, até porque penso que não se hão de acabar com a morte.

Miguel de Cervantes, em "O engenhoso fidalgo D. Quixote da Macha", caps. XIII e XXVII.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pinkerton


Que é o melhor disco do Weezer, é mais do que consenso. O que eu nunca tinha ouvido falar é o seguinte detalhe sobre o conceito do álbum. É mais que relatar os dilemas amorosos de um JOvem Nerd, aqui abreviado para 'Jon' (embora as letras sejam tão pessoais que poderíamos chamá-lo de 'Rivers'; ou mesmo 'Pinkerton', que descobri ser personagem de "Madame Butterfly"). É relatá-los em ordem evolutiva. Mais ou menos como dizem de "The Spinning Top" do Coxon. Faz um tempinho que percebi, mas só hoje tive cabeça pra escrever, aí vai.

1. "Tired of Sex" - cansado da vida de "fast foda" (como diz um amigo meu) da juventude moderna, com descanso apenas aos domingos, Jon se revolta e pergunta "why can't I be making love come true?".

2. "Getchoo" - Jon paga pelos pecados cometidos em [1], se envolvendo com uma garota que não quer nada sério.

3. "No Other One" - Jon se envolve num relacionamento unilateral (com uma garota metaleira do mal -- rimou!). No entanto, "she's all I've got and I don't wanna be alone". Melhor que em [2], mas como bom nerd, Jon quer um amor de verdade, então...

4. "Why Bother?" - numa festa, uma garota está dando bola pra ele. No entanto, macaco velho que é, Jon prefere ficar sozinho a se envolver com outra piriguete e se machucar.

5. "Across the Sea" (a melhor do disco segundo os fãs, leia a história aqui) - sozinho e deprimido, Jon (que até agora ninguém sabia, mas tem uma banda) recebe uma carta carinhosa de uma fã do Japão e se apaixona. Platonicamente, fazer o quê.

6. "The Good Life" - agora é o contrário, Jon se cansa da vida de cara sério e resolve voltar à "boa vida" de "shakin' booty, makin' sweet love all the night".

7. "El Scorcho" - Jon conhece então a garota perfeita: japonesa, toca violoncelo e ouve Puccini. Mas simplesmente não tem coragem de falar com ela.

8. "Pink Triangle" - parecida com a anterior. O problema agora é que a garota é lésbica.

9. "Falling for You" - finalmente o amor de Jon é correspondido. Mas ele fica perdido, inseguro e temeroso, afinal está apaixonado.

10. "Butterfly" - agora é possível notar que Jon realmente ama alguém (aqui representada pela borboleta). Agora ele fica realmente triste e se arrepende quando a machuca.

Acabei de ler na Wikipedia que o Cuomo disse que "the 10 songs are sequenced in the order in which I wrote them (with two minor exceptions). So as a whole, the album kind of tells the story of my struggle with my inner Pinkerton". Droga.

E agora entendo porque Cajah gosta tanto de Madame Butterfly, deu até vontade de ver.

Current addictions

Dos últimos 15 dias ou 3 semanas.

Pinkerton (Weezer), Bloco do Eu Sozinho (Los Hermanos), Japandroids, Dinosaur Jr. (ainda não tanto), Man-Made (Teenage Fanclub), Abbey Road e Let It Be (Beatles), Transmissor, os dois últimos do Wilco (princ. o "Wilco") e Central do Brasil (a trilha). Esse último foi esse fim de semana; além do tema central, tem "Toada e Desafio" com suas variações e "Conversa", que são deliciosas, e coisas bem sertão de origens árabes (tom enfatizado pela rabeca do Siba do Mestre Ambrósio).