Quem me conhece sabe que não sou muito chegado em música das massas. No entanto, a maioria dos meus amigos de São Paulo, como boa parte da juventude pós-moderna, se liga muito nesse pessoal como Lady Gaga, Britney Spears, Beyoncé, etc. Então fui obrigado por muito tempo a conviver com essa música e acabei entendendo como a coisa funcionava; descobri que até existem coisas bem legais.
Cheguei à conclusão de que a maioria das pessoas utiliza os seguintes critérios pra avaliar se gosta ou não de uma diva:
- Técnica vocal: se canta bem, se a voz é potente, etc. Isso pra mim não é um critério importante, assim como acho pouco relevante uma banda ter ou não músicos virtuosos.
- Coreografias. Pff.
- Performance, relação com o público, etc. Pelo que entendi, esse é o critério pelo qual a maioria dos fãs de Britney Spears a admiram, já que nos dois anteriores ela é uma negação. (Me falaram que rola uma certa nostalgia da adolescência também, algo parecido com o que eu sinto em relação a Legião Urbana.)
Também pouco relevante pra mim, mas achei muito legal esse quesito em relação a Beyoncé, que toca com uma puta big band só de mulheres e tem uma postura de emancipação feminina (meio controversa, é verdade) e tudo mais. (Depois desse vídeo com Mr. Tweedy, então, passei a gostar ainda mais.) - Letras. (Geralmente é a última coisa que vou prestar atenção.)
- Conceito artístico. Dessa vez, o peixe é pros fãs de Lady Gaga e Madonna, embora as duas também tenham desenvoltura nos outros quesitos. Acho isso legal, mas ainda não é música.
- Divas que compõem. É o caso de Madonna, Lady Gaga e Beyoncé. Se a guria manja de música e não é simplesmente um marionete da indústria, já ganhou um bocadinho do meu respeito. Desse grupo, no entanto, não consigo gostar de Lady Gaga, acho que devido aos timbres muito artificiais e a uma postura muito rebelde sem causa, hahaha.
A outra metade (ou a maioria) desse pessoal não se enquadra no grupo acima, e em geral gravam músicas compostas por produtores (às vezes três ou quatro trabalhando na mesma música), então o mérito da composição (que é o que vale pra mim) fica pro produtor. E dessa forma estabeleci o segundo critério, que é
- avaliar músicas específicas. E foi assim que descobri músicas muito divertidas, como "Toxic", interpretada por Britney Spears, e "Get Outta My Way" e "In My Arms", por Kylie Minogue.
"Get Outta My Way" me pega pela harmonia, em modo lídio, e pelo timbre do instrumental do refrão, levemente distorcido.
Já "In My Arms" tem um riff sensacional que gruda no seu ouvido, e um arranjo excelente que coloca muita bandinha pseudo-indie de merda no chão.
Devem ter outras coisas que não tou lembrando agora. E não que eu fique ouvindo nada disso em casa.
(Uma breve digressão sobre "Like a Virgin".) Acho que comecei a gostar da música depois de ver o cover do Teenage Fanclub.
É engraçado como essa música toma uma conotação totalmente diferente quando, ao invés de por uma moça "depravada e contra os bons costumes", é cantada por um grupo de nerds tímidos e românticos. Aqui eles realmente são virgens, hahahaha.
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